Areia para construção civil: como comprar e como usar



Na tecnologia do concreto, a areia é chamada de “agregado miúdo”, em contraposição ao “agregado graúdo” constituído pela pedra britada. A areia nada mais é do que a parte miúda resultado da desagregação de rochas. Esta desagregação pode ser causada por processos naturais ou pelo homem, através de processos mecanizados para a britagem de rochas.
Nem todo resíduo miúdo vindo de rochas é chamado de “areia”. Recebe este nome apenas o produto de desagregação das rochas que passa pela peneira com abertura de malha com no máximo 4,8 mm.

Na natureza, a areia pode ser encontrada portos de areia dos rios -- que são as melhores -- ou em minas, quando passa a ser chamada de “areia de cava” ou “de barranco”. Estas são as mais baratas, mas podem conter impurezas necessitando de lavagem para que possam mser usadas em obras de maior responsabilidade.

Quanto ao tipo, as areias são divididas em grossa, média e fina:
• Areia grossa - grãos com diâmetro entre 2 a 4 mm
• Areia média - grãos com diâmetro entre 0;42 a 2 mm
• Areia fina - grãos com diâmetros entr 0,05 a 0,42 mm

Algumas informações sobre as areias

A areia é um elemento fundamental em qualquer construção. É usada em várias partes, desde as fundações até as coberturas passando pela estrutura, vedações e acabamentos. Para cada finalidade deve ser escolhido um tipo, variando a granulometria e a pureza do material. Veja algumas dicas para escolher e comprar:

1 • O concreto pode usar areia grossa, média ou fina. Entretanto, areias finas podem conter um teor excessivo de material intruso pulverizado (outros compostos) o que pode causar sérios danos à qualidade do concreto.

2 • Em princípio, não se lava a areia de rio pois considera-se que ela já está lavada. Já a areia de cava (ou de barranco) pode exigir lavagem por conter impurezas. Como saber se é preciso ou não lavar a areia? Se a areia suja a mão necessita de lavagem. Da mesma forma, se lavarmos uma amostra e a água utilizada for muito turva, então devemos lavar todo o lote.

3 • A cor das areias pode ser branca, avermelhada ou amarelada. O fato, em si, não é importante e diz respeito apenas ao tipo da rocha mãe. É preciso apenas observar se a cor não está vindo de impurezas como, por exemplo, excesso de solo (terra) que veio misturado à areia por esta ser de procedência duvidosa.

4 • Areia escura pode indicar presença de produtos estranhos. Tente lavar e, caso não resolva o problema, faça o teste da decantação (acompanhe pela figura acima) -– misture um pouco de areia a uma boa quantidade de água e deixe em repouso. Depois de completada a decantação, a areia ficará no fundo e os materiais estranhos logo acima dela. Areia contendo impurezas deve ser utilizada apenas em funções de baixa responsabilidade (lastros, enchimentos) e, se possível, devem ser recusadas na obra.

5 • Para fazer argamassas finas peneira-se a areia média ou fina, retirando-se assim os grãos maiores. O peneiramento pode ser manual ou com máquinas. Para argamassa de assentamento de tijolos usa-se areia grossa ou média. Para chapisco usa-se areia fina ou média.

6 • A preparação do concreto requer um cuidado especial quanto à umidade da areia. Isto porque o fator água-cimento é de suma importância na determinação da resistência do concreto. Como a areia pode conter grãos muito pequenos, ela tem muita superfície (somatória da área dos grãos) pois quanto mais se divide uma pedra, cresce ao quadrado a área de contato com a água. A umidade envolvendo a superfície dos grãos de areia pode carregar água para o concreto.

7 • A umidade da brita (pedras maiores) é desprezível pois a área da brita é pequena e não consegue carregar muita água, enquanto que a areia úmida pode carregar muita água. Na preparação do concreto será adicionada mais água, o importante é levar em conta o quanto de água a areia trouxe, para sabermos quanto se adicionará a mais de água.

8 • No concreto, a areia e a pedra são chamados de “material inerte”. Isto porque é material que será colado, juntado, para formar artificialmente algo como a “pedra mãe” de onde se originaram. Isto porque o concreto nada mais é do que pedra + areia colados.

9 • Aqui no Brasil, devido a alguns “fatores culturais”, a areia é um material que pode até ser considerado como “comunitário”. Isto porque se ela for deixada armazenada na calçada ou em local aberto aos passantes, durante a noite seu volume “diminuirá”. Costuma-se dizer que um dos das obras são as pequenas obras da vizinhança... abra os olhos!

Como se compra areia?

A areia é comprada em volume, medido em Metros Cúbicos em pequenas obras, ou em número de caminhões de entrega para obras maiores. A compra em caminhão traz um problema -- como saberemos se a areia veio compacta (o caminhão pesando bem) ou se ela esta solta,representando o caminhão cheio e dando uma falsa impressão?

A questão é que no porto de areia o caminhão é enchido e, durante o transporte, devido ao movimento e trepidação, a areia se adensa e perde água diminuindo o volume fisico. Esta situação costuma ser disfarçada pelo entregador que, para impressionar o freguês, pouco antes da entrega revolve a areia com a pá “aumentando” o seu volume. Assim, quando o caminhão chega na obra com 90% do seu volume ocupado devemos creditar essa diferença à compactação ou será que o caminhão realmente foi carregado com apenas parte de sua capacidade?

Nesta situação, como chegar a um acordo entre compradores e vendedores? Pode-se exigir que a medida do volume de areia seja feita na obra. Chegando o caminhão na obra, o volume da areia é medido e paga-se apenas o volume medido. Nestes casos, a firma vendedora da areia costuma cobrar algo como 10% a mais no preço unitário normal, para atender à condição de “pagamento pelo volume posto obra”.

Como medir um caminhão de areia?

Quando se compra a areia com a condição de pagar somente o que for efetivamente entregue, é preciso fazer a medição do caminhão em obra. A medição é feita enfiando-se um ferro de construção no monte de areia, antes dela ser descarregada. Deve-se também medir as dimensões internas da caçamba (comprimento e largura).

As medidas com o ferro de construção devem ser feitas em cinco pontos estratégicos, a saber -- no centro do monte (parte mais alta) e em cada um dos cantos (vide figura abaixo).



O volume será a média das alturas, multiplicado pela largura e pelo comprimento da caçamba. Como demonstrado abaixo:


Noções de Avaliação de Risco Estrutural
Noções de Avaliação de Riscos Estruturais

Introdução
Dentre os inúmeros problemas patológicos que afetam as edificações, sejam eles residenciais, comerciais ou institucionais, particularmente importante é o problema das trincas, devido a três aspectos fundamentais: o aviso de um eventual estado perigoso para a estrutura, o comprometimento do desempenho da obra em serviço, e o constrangimento psicológico que a fissuração da edificação exerce sobre seus usuários.
Do ponto de vista físico uma edificação nada mais é do que a interligação racional entre diversos materiais e componentes.
Não existe nenhum material infinitamente resistente; todos eles irão trincar-se ou romper-se sob ação de um determinado nível de carregamento, nível este que não deverá ser atingido no caso de não se desejar na edificação componentes trincados ou rompidos.
As fissuras podem ser causadas por:
• movimentações térmicas;
• movimentações higroscópicas;
• atuação de sobrecargas;
• deformabilidade excessiva de estruturas de concreto armado;
• recalques de fundação;
• retração de produtos à base de cimento;
• alterações químicas dos materiais de construção
Recuperação de componentes trincados
A recuperação de componentes trincados só deverá ser procedida em função de um diagnóstico seguramente firmado, e somente após ter-se pleno conhecimento da implicação das trincas no comportamento da edificação como um todo.
As patogenias são problemas que se instalam nas edificações e que a tornam doentia. Na sua evolução, pode ocorrer uma deterioração das partes afetadas e até mesmo a ruptura, comprometendo a estabilidade da edificação. Em outras palavras, às vezes, uma simples mancha ou uma pequena trinca pode ser o sinal de que algo grave está acontecendo com o prédio.
Muitas das patogenias originam-se durante a elaboração do projeto. Profissionais mal preparados ou com formação em outro país não conhecem as características climáticas, de insolação e regime dos ventos do Brasil onde encontramos uma variedade climática muito diversificada. Além disso os materiais e os processos construtivos diferem muito, nosso cimento é muito diferente do europeu, nossas casas são construídas com tijolos ou blocos e nos EUA as casas e sobrados são todas de madeira e assim por diante existem muitas diferenças. Outras patogenias surgem ao longo da vida do prédio - materiais como madeira apodrecem, ficam fracos e caem. Até o concreto, dependendo das circunstâncias, apodrece.
Vamos tomar o cuidado de não chamar de "patologia" qualquer problema no prédio. Patologia de prédio é o estudo das patogenias (doenças) que se instalam no prédio e que precisam receber uma profilaxia (tratamento) para serem erradicadas. Da mesma forma com que uma pessoa com o braço quebrado não está "doente", uma viga trincada não é patogenia e muito menos uma patologia





Elementos Estruturais



                                        O que será que está acontecendo na casa desenhada no slide anterior?
1 - Trinca horizontal próxima ao teto pode ser devido ao adensamento da argamassa de assentamento dos tijolos ou falta de amarração da parede com a viga superior;
2 - Fissuras nas paredes em direções aleatórias pode ser devido à falta de aderência da pintura, retração da argamassa de revestimento, retração da alvenaria ou falta de aderência da argamassa à parede;
3 -Trincas no piso podem ser produzidas por vibrações de motores, excesso de peso sobre a laje ou fraqueza da laje; verificar se há trincas na parte de baixo (ver ítem 4); se tiver é grave; peça o PARECER de um engenheiro de estruturas;
4 -Trincas no teto podem ser causadas pelo recalque da laje, falta de resistência da laje ou excesso de peso sobre a laje; pode ser grave; peça o PARECER de um engenheiro de estruturas;
5 -Trincas inclinadas nas paredes é sintoma de recalques; um dos lados da fundação não agüentou ou não está agüentando o peso e afundou ou está afundando; geralmente é grave; peça o PARECER de um engenheiro de estruturas;
6 – O abaulamento do piso pode ser causado por recalque das estruturas, por expansão do sub-solo ou colapso do revestimento; quando causados por recalques, são acompanhados por trincas inclinadas nas paredes; os solos muito compressíveis, com a presença da água, se expandem e empurram o piso para cima;
7 - As trincas horizontais próximas ao piso podem ser causadas pelo recalque do baldrame ou mesmo pela subida da umidade pelas paredes, por causa do colapso ou falta de impermeabilização do baldrame;
8 - Trinca vertical na parede é causada, geralmente pela falta de amarração da parede com algum elemento estrutural como pilar ou outra parede que nasce naquele ponto do outro lado da parede;

•Corrosão de armaduras:
–As reações de corrosão, independentemente de sua natureza, produzem óxido de ferro, cujo volume é muitas vezes maior do que o original do metal são; essa expansão provoca o fissuramento e o lascamento do concreto nas regiões próximas às armaduras;
–Destacam-se como meios agressivos ao concreto: ambientes marinhos (ricos em íons cloro), solos com elevado teor de matéria orgânica em decomposição (presença de ácido carbônico), solos contaminados, atmosferas poluídas de grandes cidades (íons enxofre provenientes da queima de combustíveis de motores a explosão) e diversas atmosferas industriais (refinarias de petróleo, indústrias de papel e celulose, cerveja, etc.); também as paredes de galerias de esgotos domésticos são bastante suscetíveis de ataque, particularmente acima do nível do efluente; nesse caso, o gás sulfídrico que se desprende do esgoto combina-se com o hidrogênio do ar, transformando-se sucessivamente em ácido sulfuroso e ácido sulfúrico.
–Na vistorias de corrosão das armaduras, deve ater-se mais às regiões da estrutura que estiverem submetidas a ciclos de molhagem e secagem, à estrutura voltada para a fachada, lajes descobertas, pés de pilares e locais confinados, como as garagens; muitas vezes existe a necessidade de remoção e do concreto para melhor visualização da manifestação patológica;
–A vistoria em edificações deve levar em consideração aspectos importantes como infiltrações de água, corrosão de armaduras, fissuras e deformações em elementos estruturais, fissuras em alvenarias, descolamentos nos revestimentos; deve ser feito o registro por meio de fotografias e croquis;
–As trincas, em geral, são ocorrências muito comuns nas casas e prédios; surgem em função de muitas causas diferentes e são conhecidas também como fissuras ou rachaduras; entretanto, existe uma diferença conceitual entre fissura, trinca e rachadura;
–Os leigos, por terem dificuldade de compreenderem os fenômenos físicos e mecânicos relacionados com os diversos componentes construtivos preferem diferenciar as aberturas dizendo que fissura é uma abertura bem pequenina, que trinca é uma abertura mediana e rachadura uma abertura bem grande;
–Fissuras são muito comuns, mas isto não significa que são normais; portanto não devem ser aceitas passivamente; muitas vezes são bem pequenas, quase invisíveis, mas podem ser sintomas de algo muito grave que está acontecendo com a estrutura da sua edificação; em diversos casos de desabamentos de prédios, moradores já haviam desconfiados de trincas que teriam aparecido dias antes do desabamento, mas que não tinha sido dada a importância que o caso merecia; se tivessem feito a evacuação preventiva do prédio muitas mortes poderiam ser evitadas
–Fissuras: é o estado em que um determinado objeto ou parte dele apresenta aberturas finas e alongadas na sua superfície; em geral, a fissura não representa sinal de gravidade na estrutura; em alguns casos, porém, podem ser o sinal de uma possível rachadura em alguma peça estrutural (laje, viga ou pilar); ex: A aplicação de uma argamassa rica em cimento, após a cura, muitas fissuras em direções aleatórias; as fissuras são, geralmente, superficiais e não implicam, necessariamente, em diminuição da segurança de componentes estruturais;
–Trincas: é o estado em que um determinado objeto ou parte dele se apresenta partido, separado em partes; ex: A parede está trincada, isto é, está separada em duas partes; em muitas situações a trinca é tão fina que é necessário o emprego de aparelho ou instrumento para visualizá-lo; as trincas, por representarem a ruptura dos elementos, podem diminuir a segurança dos componentes estruturais de uma edificação, de modo que mesmo que seja quase imperceptível deve ter as causas minuciosamente pesquisadas; lembre-se: no caso do Edifício Pálace II, no Rio de Janeiro, que caiu matando diversas pessoas, um dos moradores havia solicitado a opinião de um engenheiro uma semana antes e este havia dito: “Isto é norm
–Rachaduras: é o estado em que um determinado objeto ou parte dele apresenta uma abertura de tal tamanho que ocasiona interferências indesejáveis; ex: pela rachadura da parede entra vento e água da chuva; as rachaduras, por proporcionarem a manifestação de diversos tipos de interferências, devem ser analisadas caso a caso e serem tratadas do seu fechamento;
–Antes de pensar em “tampar” uma trinca, é importante descobrir e eliminar a causa, isto é, aquilo que está causando a trinca, pois a trinca é apenas uma consequência, um sintoma de alguma coisa ruim que está acontecendo com a sua casa ou prédio;al”;
São muitas as causas que provocam o aparecimento de trincas; as mais comuns são:
1 – RETRAÇÃO :
•A argamassa de revestimento, a tinta e outros materiais que são aplicados úmidos, diminuem de tamanho (retração) ao secar;
2 – ADERÊNCIA:
•As pinturas e os revestimentos que precisam ficar bem "grudados" na parede, por algum motivo, apresentam perda de aderência e começam a descascar;
3 – DILATAÇÃO :
•Os materiais aumentam e diminuem de tamanho em função da variação da umidade do meio ambiente;

4 – MUITO CIMENTO:
•A argamassa de revestimento, quando tiver um alto teor de cimento, sofre uma grande retração e fica toda fissurada;
5 - AMARRAÇÃO:
•As paredes devem ficar bem "amarradas" na estrutura do prédio;
6 – TREPIDAÇÃO:
•Elevadores, compressores e mesmo os veículos que trafegam na rua, produzem vibrações que afetam as partes do prédio;
7 – RECALQUE:
•O excesso de peso, a acomodação do prédio, a fraqueza do material ou do terreno fazem com que a peça se deforme ou afunde;
8 – CAPACIDADE:
•Por erro de cálculo ou por deficiência na hora da confecção, as peças podem ficar fracas;
9 – MUDANÇA DO USO:
•Um prédio que foi projetado para uso residencial, está sendo usado como comércio, por exemplo;
10 – VIZINHANÇA:
•Construíram um "baita" prédio de 30 andares que alterou o fluxo de água subterrânea da região;
11 – ERRO DE PROJETO:
•Por falha na concepção da estrutura do prédio, há partes em desarmonia com o resto;
12 – INFILTRAÇÃO:
•Água e outros elementos podem se infiltrar causando danos;
13 – MANUTENÇÃO:
•Falhas, imperícias, falta de conhecimento;
14 – CORROSÃO:
•Saiba o que é corrosão eletroquímica ou corrosão catódica;
15 – CIMENTO:
•Veja quais são os tipos de cimentos produzidos no Brasil;